Já pensaram se um dia todos os seres humanos conseguissem amar uns
aos outros, assim como a música Imagine, do John Lennon? Isto, é, cada um com
seu bauzinho de felicidade, Netflix e panqueca de queijo? Então pensem. Você
pode ficar impassível ao filme do Doutor Estranho, herói da Marvel, achando um
filme apenas de herói ou no pior das hipóteses, um filme muito abstrato. Mas
tem uma essência incutida no filme e que leva a outros caminhos de reflexão
muito interessantes. Basta você ter sensibilidade para isso.
A Marvel resolveu investir nos heróis menos conhecidos do público
em geral, criando séries muito boas e filmes para grande tela. Pelas séries
temos Jéssica Jones, Demolidor, Luke Cage e Punhos de Ferro, que depois,
entraram no arco juntos para a série nova: Os defensores. Não coloquei a ordem
cronológica dos heróis, pois o verdadeiro fã de quadrinhos, gosta de ler a
sequência certa para entender completamente a história. Sim leitor, existe
sequência dos filmes e séries. Isso para o antigo (e novo) leitor de quadrinhos
é importante. Ainda vai ter em 2018, o aclamado Manto e Adaga, o filme do
Pantera Negra, o novo dos Vingadores e a Capitã Marvel. Estamos vivendo o
melhor período de filmes de heróis.
Doutor Estranho sempre foi um personagem fantástico nos quadrinhos
e difícil de digerir para leitores mais acostumados com histórias mais próximas
da realidade como Homem de ferro. Mas, a Marvel já foi apresentando mundos
fantásticos com os filmes do Thor e Asgard. Agora, além de planetas e seres
diversos, temos a possibilidades de ver dimensões e multiversos, além da
cenografia maravilhosa incitando M. C. Escher.
Benedict Cumberbatch é um
excelente ator e lembra muito o personagem dos gibis. Dá o tom certo também
entre o místico (e sua surpresa acompanhada do público) e o humor rasgado e
sarcástico dos tempos da série Sherlock. Os personagens de Tilda Swinton, Mads Mikkelsen e Chiwetel Ejiofor são os
que mais diferem dos quadrinhos, mas por serem bons atores, deixam de lado essa
crítica. A direção competente de Scott Derrickson (Exorcismo de Emily Rose - 2005), varia entre o lúdico e adulto. Afinal,
deve ser para toda família.
Em tempos de ódio, me chama a atenção de um filme que está indo
contra a maré, abordando a fé e atitudes mais benevolentes com o próximo, onde Stephen Strange,
mesmo um personagem arrogante, não é confortável com a idéia de matar uma
pessoa. Afinal, é um médico. Chama a tenção sua caminhada para a elevação
pessoal, quando em um momento, na biblioteca ao atendente vê-lo e o cumprimenta
por Dr. Estranho ele retruca dizendo: ” por favor, Apenas Stephen! ” Mesmo que
a impulsão para a leitura e conhecimento do alcance espiritual tenha acontecido
através de um problema pessoal, podemos perdoá-lo, imaginando que em nossas
vidas também, uma tragédia ou um acontecimento pode despertar esse nosso
encontro com a espiritualidade. Todas essas idéias voltadas não somente pelo
misticismo, mas são subliminares para a idéia maior, de encontro com a
espiritualidade e plano astral. Isso poderia muito bem ser mais abordada em um
segundo filme.
Para
a ciência, é muito positivo a discussão sobre Multiverso. Multiverso é um conjunto de universos possíveis, incluindo o universo em que
vivemos. Esses universos possuem a totalidade do espaço, do tempo, da matéria,
da energia e das leis. A vastidão de nosso universo, com trilhões de planetas e
estrelas e bilhões de galáxias seria apenas um dos universos. Imagine como se
fosse uma bola de gude. O multiverso seriam o conjunto de centenas de bolas de
gudes. Alguns com a Terra espelhada, com realidades diferentes e tempos
diferentes. Podemos imaginar os caminhos diversos de livre arbítrio acontecendo
nas terras infinitas. A DC, possui por exemplo, essa realidade nos heróis da
Liga da Justiça, tendo 12 Terras diferentes, com heróis com caminhos
diferentes.
Mas o que chama mais atenção é a
citação de vários livros reais, que envolvem caminhos espirituais. E é nesse
mote que importa minha abordagem. Tudo
que envolve realmente nossa elevação espiritual, pode ser encontrada em livros.
Não como o livro de Cagliostro, onde realmente existiu um Conde de Cagliostro (mago ocultista quisto por Luis
XV), mas por mexerem com ocultismo, não deixaram obras conhecidas. Assim como
Allester Crowley, mago ocultista mais moderno, que mexeu com forças além de sua
compreensão. O que os dois magos leram em suas caminhadas, pode não ser de
importância, mas a Clavícula de Salomão é um dos
livros citados e encontrados na internet. Outros livros são mais
elevados como os Vedas para deixar-se
levar, abrir a mente e aceitar a morte como parte essencial da experiência de
estar vivo. Nisso, podemos nos elevar com o filme.
Doutor Estranho é um filme sobre a segunda chance que esse tempo pode dar, para
não cairmos em nossos erros diariamente, aprendermos e dar espaço ao amor.
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