"Vidas de nazistas não importam" é a frase estampada no show de Tom Morello, guitarrista do rage against the machine, graduado em Ciência Política por Harvard, que está em uma turnê solo de seu disco The Atlas Underground. Ela parafraseia a famosa frase “Black lives matter”. Se uma coisa não podemos tolerar, são atitudes nazistas, apologia ao nazistas e falas nazistas. A lei federal 7.716 de antirracismo diz que é crime “veicular símbolos” do nazismo “para fins de divulgação”, além de enquadrar como criminosas as pessoas que produzem, vendem ou distribuem material. Apesar disso, o estímulo que a Ascenção da extrema-direita no Brasil e no mundo de 2017 para cá, levou a um crescimento de grupos Neonazistas a um patamar de 270%.
O apresentador do podcast do Flow, Monark, foi demitido numa
ação rápida do programa, em função da sua fala sobre nazismo. É claro que
haveria manifestações, mas ao ter cancelamento de patrocinadores, eles
resolveram tentar uma saída de emergência. Nada justifica os comentários.
Muitos bolsonaristas, confundem liberdade de expressão com apologia ao nazismo.
E são os mesmos que gritam contra a vacina. Não podemos esquecer que o assessor
presidencial Filipe Martins foi gravado fazendo com os dedos um sinal de ódio
utilizado por supremacistas brancos dos Estados Unidos e no começo do mandato
de Bolsonaro, a vergonhosa mensagem do então Secretário de Cultura, Roberto
Alvim, que copiou falas do nazista Joseph Goebbels e utilizou todo cenário e
música baseados em propagandas nazistas.
Nazismo é ideologia e em sua base está o ódio e a violência.
Devemos extirpar esse problema, sempre que vier a tona de maneira rápida, mesmo
em um país que resolveu apoiar o fascismo, isso tem que servir sempre de lição,
para que as novas gerações entendam o horror que foi o nazismo no mundo destruindo mais de seis
milhões de Judeus de maneira torturante. Monark sempre dizia ter um programa de
conversa de botequim liderada por dois idiotas, até o cantor Rogério Skylab
repreende-lo: “A forma do programa é de conversa livre, ok, não tem problema.
Mas tem uma multidão vendo! Então tudo que se fala aqui, tem responsabilidade,”
Corretíssimo. Falar sobre times de futebol é opinião, nazismo, não.
Os Podcasts tiveram um Boom muito grande em pouco tempo, que
é um serviço muito interessante de comunicação que reverbera nas redes sociais
com trechos em pílulas, mas que também fazem um desserviço mal utilizado.
Estamos vivenciando essas conduções, dando voz a antissemitas e todos aqueles
que trabalham contra a sociedade, como também no caso do podcast The Joe Rogan
Experience, patrocinada pelo Spotify, que são abertamente antivacinas e que passam
receitar a invermectina. Agora, artistas como Neuil Young, Roxage Gay, Joni
Mitchell, Crosby, Stills e Nash retiraram suas músicas da plataforma, levando a
uma queda de mais de 25% em ações da empresa.
Sabemos que o espectro do fascismo/nazismo surge quando tem
pouco pão para dividir com muita gente. Nazistas desprezavam os intelectuais, desprezam
a ciência, desprezam o pensar. E ano passado, a ONU votou uma resolução:
Combater a glorificação do nazismo, neonazismo e outras práticas que promovam o
racismo, a xenofobia e a intolerância.
Lembro-me de um filme de Costa-Gravas: Atraiçoados. Uma
agente do FBI vai investigar a morte de um radialista de origem judaica e acaba
atraída por um membro de uma organização racista, que exterminam judeus e
negros. Daí começa i paradoxo da intolerância. Será que ela toleraria o
intolerante? Será que Monark é apenas um moleque, como se afirma, que se que se
diz liberal, mas é o liberal coronealista de antigamente dono de escravos ou sim,
ele sempre teve ideias antissemitas e que cumpra a pena prevista na legislação
brasileira. Afinal, o nazista é aquele que tirou a escravidão do meio rural
para dentro do sistema. Hanna Arendt dizia que o Holocausto aconteceu não por
pessoas importantes, mas sim por pessoas comuns que apoiavam e cresciam a voz
de maneira periférica na sociedade.
Por via das dúvidas, estudem história. Se Monark tivesse
estudado história, saberia que ditadura tem um fim.
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