Mil dias da gestão do presidente Jair Bolsonaro. Como conseguimos chegar vivos até aqui? Quais promessas conseguiu cumprir? Como está a situação econômica do país hoje e como estava? E qual a nossa percepção de tudo isso? A semana abre com a entrevista que o presidente deu a revista Veja. A vergonha acontecida na ONU, continua na entrevista a revista, com a tônica de um Bolsonaro paz e amor. Nunca pensou em golpe, respeita os direitos humanos e respeitará as eleições. O país das maravilhas que vendeu na ONU, agora na versão tupiniquim. A revista Veja que antes estava mostrando todos os perfis violentos, ataques ao STF, todos os problemas de corrupção do Ministério da Saúde, agora mostra um presidente calmo e sereno. Por quê? A resposta está na dívida milionária que a editora Abril tinha com a união e foi perdoada.
O fato que recuperar a aprovação do governo, depois de mil
dias desastrosos, não será fácil e a corrida para a presidência cada vez fica
mais distante para o atual presidente. A aprovação hoje do presidente só é
maior que a do Collor. Isso por enquanto. Hoje a avaliação de ruim/péssimo de
Bolsonaro é 56%, enquanto Collor foi de 68%. A percepção foi que houve
precariedade em todas as áreas de atividades econômicas, ambientais, direitos
humanos, educação, saúde e cultura no país todo. Dentre as promessas de
campanha, apenas na economia conseguiu cumprir alguns termos. Os números fatais
desses 1.000 dias vão de 19,1 milhões de famintos, 14,7 milhões na extrema
pobreza, 14,4 milhões de desempregados e quase 600 mil mortos por covid-19.
Bolsonaro pensa em comemorar seus 1.000 dias de governo para
recuperar o prejuízo da popularidade. Mas comemorar o que na sua cabeça? Apenas
seu ideal que queria combater o comunismo no país, pois não existe o que
comemorar. O que antes, éramos um país respeitado e deixando de ser emergente,
agora o Brasil deixou de ser emergente. Agora é submergente. Foram 1.000 dias
de desmatamento da Amazônia e do Pantanal, acabando em um escândalo mundial com
o ministro do meio ambiente investigado pelos americanos por tráfego de
madeiras e o mais cruel, o escândalo da vacina, que levou a todo tipo de
maldade com o brasileiro como lutar contra a vacina e usar humanos em
experimentos com implicações que vão levar anos de tratamento e alguns casos a
morte, tudo apenas por dinheiro.
Das promessas de campanha que conseguiu cumprir, está a
aprovação da reforma da previdência, que colocou todos os novos idosos em um
novo sarrafo, tendo que trabalhar mais ou pagar empresas de previdência privada
para descansar e ampliar as privatizações, do qual jornalistas bolsonaristas
apoiaram falando dos problemas das
empresas públicas e agora estão sofrendo com apagões sem soluções de mais de
12hs sem energia e agora lutam ao contrário. Ainda na área econômica, prometeu
crescimento da economia e inflação baixa. Com 14,4 milhões de desempregados,
pandemia descontrolada a inflação em 12 meses chegou em 10%, combustível subiu
41%, energia subiu 21% e a comida subiu 16%, colocando os mais pobres cada vez
mais para baixo na linha de pobreza. Não é atoa que voltamos para o mapa da
fome no mundo.
Além dos problemas na vida do brasileiro, Bolsonaro promoveu
mais de 100 crises institucionais e seu governo teve 19 ministros que saíram do
governo, representando uma mudança a cada 52 dias. Temos ainda ataques a democracia,
armamentismo, a pesquisa científica à míngua, entre tantos e tantos problemas
em cada área humana que deixam o brasileiro de volta ao século 15.
Em 1.000 dias de governo Bolsonaro a única coisa que melhorou
no Brasil foram os memes.