A lua-de-mel entre O presidente e os evangélicos foi um projeto de poder, que começou décadas atrás. Quis o destino, que esse projeto encontrasse nesse momento o candidato que estava em ascensão naquele momento surfando na onda ultraconservadora da candidatura Bolsonaro. Existe um projeto de poder pentecostal que estava se desenhando para alçar maiores coberturas de seus domínios religiosos. Um dos pilares que ainda sustenta o presidente, mesmo com diversos crimes cometidos, mais de 130 pedidos de impeachment e pedidos até no Tribunal de Haia, é o da bancada evangélica.
Todos os fiascos do governo são extremamente embaraçosos
para a ala evangélica, mas não são mortais. Já ascenderam como vereadores,
deputados estaduais e federais, ministros e atualmente, o presidente da república.
Aquela história de Estado Laico, já não existe mais. Esses embates
negacionistas e propostas de lei baseados nas convenções pentecostais estão
tomando conta das cidades e estados brasileiros. Não importa a inabilidade do
governo, corrupção ou todo tipo de esquema produzido, pois o avanço da bíblia
no Estado é um projeto que não está no começo, porém sem perspectivas de fim.
O governo Bolsonaro está respaldado por essa camada que
detém o poder na igreja. Não teremos um The Handmaid's Tale, mas podemos ter
avançado muito em um estado fundamentalista. Basta ver o projeto de política
pública para adolescente que será vista em São Paulo proibindo os jovens de
qualquer contato com sexo. A nação evangélica não se assusta com o olhar do
Bolsonaro de Rasputin. Pode falar em matar, pode ser totalmente a favor de
torturas e ser truculento, mas se aprovar leis a favor da moral conservadora,
está tudo bem.
Desde 1982 para cá, os parlamentares evangélicos passou de
12 para 90. Uma ascensão mostrando uma tendência no congresso e que nas
pequenas prefeituras são quase 100%, tendo inclusive sessões religiosas nas
casas legisladoras. Temos o mandatário maior da igreja, Edir Macedo, que publicou o livro “Plano de Poder”, mostra Deus
como um estadista. O crescimento exagerado entre os mais pobres, que diante dos
problemas da vida, e dos transtornos causados pela crise e o empobrecimento
social avassalador, leva ao amparo dessas igrejas, que estão em cada canto no
Brasil, a esse sofredor. Um presidente que acaba com os direitos trabalhistas,
acaba com o meio ambiente e avança em um projeto de destruição, tem o suporte
dos crentes que olham o presidente com uma espécie de fascínio reverencial.
E que ninguém ouse acordar esse rebanho do transe. Isso por
que a lua-de-mel deles com o presidente ainda está no começo. Está como se
ainda estivessem nas Barramas, livres e faceiros. Tivemos a indicação
recentemente de Bolsonaro com André Mendonça ao cargo ao STF. Seria o segundo
ministro terrivelmente evangélico como o presidente costuma falar. Quando se
dará um comportamento contrário a essa lua-de-mel? Dá forma como esse avanço se
dá no poder, nem se houver um tsunami na suíte nupcial ou um dedo acidental na
tomada. Mesmo com uma mudança radical de
condução do país em 22, a bancada está estabelecida e vai avançar, pois a
construção religiosa é através do afeto e nisso, o brasileiro mais necessitado
dispõe das igrejas.
Será que sobrará apenas rezar um pai-nosso ou haverá um
amanhecer mais glorioso para o Brasil pátria do evangelho.
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