Vivemos em um tempo realmente sombrio. Não temos o direito de apenas nos preocupar com a doença que aflora em nossa carne e seu tratamento, mas temos que nos preocupar com fakenews, ideologias da extrema direita e a manipulação de informações. Muitas pessoas acabam passando um mal adicional com verdadeiras crises de autoconhecimento. Muitos estão sofrendo desse mal, antes de sequer contrair qualquer cepa atual do vírus, como se não bastasse os sintomas durante a doença da COVID e os problemas de recuperação do corpo, pós-COVID.
O sujeito pode achar que faz parte de uma direita carcomida.
O que antes aflorou com vigor, um fascista que saia do armário, sem ao menos
entender que estava sendo fascista, agora, após o mundo rechaçar a
extrema-direita do poder no mundo; de deixar claro na CPI que o governo
investiu em imunidade de rebanho ouvindo um comitê paralelo e não a ciência; e
por fim ser associado a mentiras e caos disseminando o ódio. Agora, até as
mulheres antes de aceitar uma cantada, já querem saber em quem o parceiro votou
na última eleição.
O sujeito pode achar que faz parte de uma falsa esquerda ou
de ser um especulador da bolsa. Assume as lutas nas redes sociais, mas fala que
é precipitado um impeachment agora; não se posiciona diretamente contra o
governo e quer ser chamado de intelectual pedindo uma terceira via; diz que
participa de protestos, mas apenas faz manifestações particulares de decepção como
apenas suspirar.
Milhares de brasileiros estão sofrendo não só com a falta de
vacinas, mas são obrigados a se apalparem, depois de momentos de pânico com as
revelações da CPI da COVID. Muitos também começam a ficar atentos as notícias,
depois de um histórico falas mentirosas do presidente. Alguns se sentem
envergonhados de ter que apagar constantemente fakenews de suas redes sociais. A
camisa amarelinha cada vez mais em baixa diante de absurdos jamais vistos como
quando falsificaram a assinatura do Moro em documento oficial ou quando deixam
uma recomendação de uso de Cloroquina no site oficial do Ministério da Saúde
sob pretexto de ser um momento histórico e recentemente do presidente usar
dados do TCU falsos. Muitos que até ostentavam a barriga do presidente, agora correm
para bicicleta ergométrica.
A extrema-direita não é só démodé em tempos digitais, ela é
perigosa em vários aspectos. Você ter que se preocupar com a sua saúde física e
mental ao mesmo tempo é sofrer em dobro. Saber que tínhamos um país que era
referencia em vacinação e hoje é apenas uma sombra mal vista no exterior é
duro. Duro, porque mesmo combalidos pela doença, temos que lutar com todas as
forças contra a procrastinação de vacinar a todos, de ter que apagar incêndio
diplomático contra a China, de trabalhar dobrado para ganhar muito menos e ter
que desmentir diariamente as falas do presidente.
O sonho de Bolsonaro em ser a Margareth Thatcher de fardas,
a Joana D’arc de laquê dos liberais, retirando todos os direitos sociais,
destruindo as florestas, não resistiu e
está ruindo, assim como Trump, a um vírus. A aposta feita por seu gabinete
paralelo e ingenuidade contra “comunistas”, não surtiu efeito, pois nossa
primeira solução foi com a vacina vinda justamente da China.
A saúde tem cura. Basta não ouvir opiniões e sim a ciência.
Basta ter um governo que quer salvar vidas. Basta termos médicos sendo apenas
médicos, sem ideologias em suas ações. Basta fraternidade com nosso irmão que
sofre sem ter leitos de UTI. Basta.
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