Mesmo com o massacre nos Estados Unidos, devido ao ódio, não
diminui a inflamação dos poucos admiradores do Bolsonaro pela aquisição de
armas ou pelos atos de terror incentivados por uma política de massacre aos
índios. Ontem, na friaca no Rio de Janeiro, fui ao mercado comprar pão. Na fila
gigantesca, tivemos nosso tímpano furado com uma dessa pessoas, gritando e
berrando esse apoio e claro, destilando ódio as universidades públicas. Estava
bêbado e mostrava uma certa frustação pessoal (provavelmente por que deve estar
fazendo uma universidade particular, por não conseguir passar em uma pública). Uma
vergonha alheia. Devia estar cuspindo vociferando todo ódio, sem a menor
vergonha em pontificar tanto. Provavelmente nem conhece Marshall McLuhan e sua
célebre frase: “o meio é a mensagem”.
Tivemos uma overdose de citações de baixo calão para um
mandatário do país. Foram metralhadoras de impropérios atrás de outros. Cruzou
todos os limites da decência em apenas uma semana. E aproveita para gerar mais
ódio nas redes sociais, inflamando mais e mais a seu favor contra todos, entre
eles: o STF, Congresso, políticos opositores, imprensa, minorias,
influenciadores digitais, o cara que toma conta do banheiro público...uma
verdadeira missão que para ele seria de fazer e falar o que quiser, mas que
cada vez mais, está cavando a própria cova.
Todo dia é um suplício. O impacto direto é fruto de causa e
efeito. Como uma pessoa, que como no governo militar era taxada de
desiquilibrada, segundo o livro do general Geisel, teria algum pudor ao falar,
já que se acha Deus supremo? Já não fazia o mesmo como deputado federal? Até
agora, suas falas são a mesma destilação de ódio do cidadão da fila do mercado.
A citação ao pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, desaparecido
político, foi uma citação agressiva, covarde e desproporcional. Não conseguirá
fazer mudanças imediatas como faz com seus desafetos diretos como nos casos do
presidente do Inpe, Ricardo Galvão, que mostra os relatórios reais do
desmatamento na era Bolsonaro, que aliás podem ser conferidos em qualquer país
ou do oceanógrafo que foi transferido para o sertão nordestino, por contrariar
empresários que querem acabar com Noronha.
Assim com Hitler em
várias ações parecidas desde a campanha, cortou o cabelo e cancelou reunião com
o ministro de Negócios Estrangeiros da França, Jean-Yves Le Drian. Não fica
somente no estilo de corte e pela semelhança física entre os dois momentos, mas
fico imaginando que enquanto uma mulher pede uma opção de depilação, ele pede
ao seu barbeiro: "Me
vê um Hitler aí, talquei?" Mas não satisfeito continua falando coisas
como: “Eu tenho orgulho de dizer que defendo a Ditadura Militar” ou “Se
vai morrer alguns inocentes tudo bem”. Depois não assume o que diz, inventa
história para justificar e é desmentido pelo próprio governo. Também é uma
forma de tirar o foco das verdadeiras discussões.
A estratégia é suicida. Consegue cavar a própria cova,
perdendo seus aliados mais próximos e cada vez deixa o país mais nervoso e
dividido. É muita impropriedade ao mesmo tempo. Me lembra um livro de Willard
Montley em Knock on any door, em que tem a frase: “Viva rápido, morra jovem e
seja um cadáver bonito”. Chegaram até fazer um filme, onde a cena mais marcante
é quando John Derek (O ator principal do filme), está na cadeira elétrica,
penteia seu cabelo antes de morrer. Ser uma pessoa autodestrutiva, não é um
privilégio dos anos 50, onde você encontra figuras como James Dean ou Charlie
Parker. Você encontra a mesma autodestruição pela literatura entre os Gregos e
talvez até anterior. A vida real não traz cadáveres bonitos. Charlie parker
tinha 35 anos quando morreu, mas seu legista dava mais de 60 anos. Um colunista
de um grande diário nacional disse que o presidente está com os dias contados
na presidência, assim como existem sites mostrando essa contagem regressiva.
Não sei se teremos essa notícia em breve, mas é certo que sua autodestruição
não levará a um cadáver bonito, nem sem gastar do país 137 mil em dentista como
seu amigo Marco Feliciano. Este sim será um cadáver bonito por fora.
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