quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

A volta dos que não foram

Calculei que o tema de intervenção no Rio de Janeiro, foi uma das notícias mais comentadas dos últimos tempos em todas as redes sociais, e o quanto surgiram especialistas em segurança pública, que apenas reproduzem o discurso oficial, sem querem entender ou sequer fazer perguntas sobre o tema. Intervenção por que? Diziam que o índice extrapolou do normal. Mas se você for ver os dados, estavam dentro da normalidade, que assim mesmo, ficam atrás de outros 8 estados com índice muito além do esperado. A dica, para começar a se perguntar realmente o que está acontecendo, vem do discurso do próprio presidente, que na ânsia de votar a reforma (que apenas atinge o trabalhador, políticos, militares estão fora do plano) quer negociar a partir desse decreto. Como nunca na história foi utilizado esse recurso, mesmo em um período mais drástico, como em 1981, em pleno Regime militar com o Governador Chagas Freitas (PMDB) e o Prefeito Júlio Coutinho (PMDB). Somente nesse ano houve: 2.000 mil mortos na Baixada Fluminense; Lei do Silêncio; um prédio inteiro é assaltado em IPANEMA e comércio clandestino de armas bate recorde no Rio de Janeiro.
Um plano de política pública não surge de ações imediatas que é típico de política governamental. Nas políticas governamentais, no caso do presidente, prevalecem as ações de curto prazo, participação baixa ou nula de setores da sociedade e cunho apenas para legitimar suas promoções. O que estava acontecendo, uma semana antes do anúncio oficial, era debates com apresentação de propostas na área de segurança, com a presença do Ministro Raul Jungmann (que aliás quer se candidatar a governador do Rio) foram colocados de lado para essa intervenção. Na prática, o que a mídia ajuda a propagar, é que a solução é simples: Basta armar a população, colocar o exército na rua e só pegar o marginal favelado. A solução, nunca vai ser rápida amiguinhos! É necessário mais educação e sua valorização (O que o governo acabou de tirar mais conquistas do ensino noturno), oportunidades (o que não vai acontecer, pois as Leis trabalhistas foram esfaceladas), uma polícia preparada e bem remunerada, assim como ações bem planejadas a longo prazo. Não existe mágica. Isso apenas vai gerar uma série de improvisos, cheio de inconstitucionalidades, e que vai trazer insegurança jurídica para quem quiser combater a impunidade e a corrupção no Estado.
E já vimos a entrada do exército aqui desde a Eco92, onde você tinha a presença militar nas ruas, mas que, no entanto, nada foi resolvido durante ou depois. Na Rocinha, em setembro de 2017, houve aparato militar envolvendo 950 soldados e não se teve mudança alguma. O Alemão ficou ocupado por mais de um ano, tanques destruíram carros de moradores, comércios de rua (barraquinhas), destruíram fiação elétrica deixando as pessoas sem luz, além do teleférico que não funciona até hoje. E lembrando que o pequeno traficante arranja seu armamento apenas traficando de fora? Ontem foi preso um caminhão do exército com 3 toneladas de drogas... Intervenção federal boa mesmo, seria um plano de regulamentação das drogas que tenha a favela como centro do debate! Que pense reparação pelos anos de políticas fracassadas!
Agora vai expedir um mandado coletivos para busca e prisão. Não lembra nada? Atrasamos nosso relógio de horário de verão para 1964. Não é dirigido a uma casa ou a uma pessoa. É bairro! Todas as casas serão sujeitas a invasão. Os verdadeiros bandidos são silenciosos e organizados. O PCC é uma organização. Aliás, quando o PCC foi criado, o Secretário de Segurança do Estado de São Paulo era Michel Temer. Aqui temos guetos que vão continuar agindo agora e depois.  É muito grave! É apenas político e haverá estardalhaço sim do governo e da imprensa.

Aliás, o presidente contratou uma equipe de marketing para explorar essa condição e elevar sua aprovação perante a população. Na Maré, as forças armadas gastaram R$ 1,2 milhões por dia, durante os 14 meses sem resultado concreto. Dinheiro que nós devíamos especificar no que o governo deveria gastar o dinheiro que nós damos. O crítico Edmund Wilson passou anos lutando contra o fisco americano. Ele sonegava os impostos justificando que não iam para as despesas que ele não aprovava. Deveríamos poder ter essa escolha com nosso dinheiro também. Você poderia pagar o imposto digitalmente com a indicação pessoal do que gostaria que fosse investido. Algo como: Nem um tostão para estradas! Quero tapetes vermelhos no gabinete bege do Temer!

Produtos Barão do café

Embalagem para o Barão do café

Design gráfico para o CD do Cley


Design gráfico para a capa do CD de estréia do Cley.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Falta de Pundonor


O burguês que antes, como Cazuza falava, fedia e quer ficar rico, hoje mostra a cara e não se faz de rogado. O que antes era uma arte antiga e saudável de mostrar as contradições do discurso raso, foi mudada pela verborragia e os punhos cerrados do mesmo burguês que antes apenas ouvia resignado. Hoje, como em outros tempos que o sistema parece dar motivos de queda, se reergue através da força e os mesmos que alimentam essa volta, se espantam com o número de idéias de ódio e intolerância, assim como o crescimento de estados de exceção pelo mundo.   Os burgueses não se espantam com mais nada. Tudo que foi conquistado e está regredindo pelo mundo, não afeta a nenhum deles. Impassíveis. A qualquer notícia de rumo do país, com indicações de pessoas implicadas na própria pasta, não afeta ninguém. O espanto parece apenas divertido para eles. Outros se sentem resignados. E quando nada surpreende ou revolta cada cidadão, é o que me deixa mais assustado. O que deixa a todos preocupados (todos devem passar imediatamente desse estágio) é o número de agressões verbais e físicas tem aumentado a cada dia.
Estamos indignados e saturados. Não dá tempo de um respiro. O estado de estar atento e forte, tem que se juntar a capacidade de apneia de cada cidadão. A mídia se transformou em arma para exaltar ou acabar com alguém. O motivo do governo insistir na nomeação de Cristiane Brasil é meramente para apoio para o próprio governo. Não se importa com quem seja, seu passado ou competência. Apenas por apoio. Assim como outras indicações. A impugnação dada com liminar foi um ato importante, mas o desmembramento que acabou por finalizar no vídeo viralizado, constrangeu essa mesma burguesia que agora coloca fatos e versões antigas (como se elas já não fossem conhecidas), para encerrar a questão e tirar a força a indicação que nunca deveria ter sido feita. E como o último escândalo é sempre maior que o anterior, vemos Cristiane Brasil nos apresentando como assediar moralmente, sujando o nome de nosso país.
A conclusão sempre acaba no grande embuste criado para salvar os dominantes perante aos dominados. O patriarcado, se vale do corporativismo como proteção, para apenas tirar proveito próprio enquanto a nação volta mais uma vez, aos piores índices de pobreza a sua volta. A diferença entre esses movimentos corporativistas atuais com os do passado, é que a informação está disponível para todos, assim como nas redes sociais para tentar abrir os olhos daqueles que apoiam esse regime e não tem idéia o quanto os afetam diretamente e indiretamente.
Me preocupa o rumo sim de nosso país e do mundo. Achei que não ia ver a possibilidade de um novo período de medo no mundo como foi com a Alemanha nazista, logo depois bomba atômica e uma nova ordem mundial, guerra fria e ditadura militar. Foram anos de chumbo, que ficava na lembrança de livros e no testemunho de nossas pais e avós. Não esperava sentir o temor desse retorno que está se desenhando no mundo.
Bem verdade que teremos uma pausa para o Carnaval e será nosso único momento de respiro. Não se iludam. As eleições por virem, tensões pelo mundo vão ficar mais fortes esse ano, sem previsão de algum meteoro ou tsunamis devastadores. Quando falei na última eleição americana, onde todos estavam tranquilos falando que a eleição estava ganha para Hillary Clinton eu dizia para ter cuidado com o fenômeno Trump. Todos nem acreditavam nessa hipótese. E quem se elegeu? Estamos levando rasteiras diárias do sistema econômico vigente e como sempre digo, que uma das coisas importantes numa luta é saber cair. Saber cair, evita dores que podem ser crônicas e humildemente, levantamos para lutar novamente. Essa é a lição. Digo isso, pois meu medo dessa sombra estar voltando não é Nutella, é raiz! Não estamos preparados para quedas muito grandes e confiando que um mundo mais justo vai surgir sem que haja esforço, é esperar a queda sem saber que estará caindo do Everest. Não aguarde que a próxima nomeação de ministro seja para o Rei Momo e acima de tudo entenda a violência da burguesia e como resolver a questão, como a união das mulheres em reação aos assédios sofridos. E acima de tudo, como as pessoas te tratam é o carma delas, como você reage é o seu.

Em tempo, pundonor, segundo Aurélio: matéria ou ponto de honra, aquilo de que não se pode abrir mão, sob a ameaça de ser ou sentir-se desonrado.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Momentos do show André Barroso e banda




Alguns momentos do show André Barroso e banda no festival Barra Blues Festival

Livro O Boto


Chegaram os livros do Codinome: Boto. Em breve o lançamento oficial e informações da edição

Participação em novela


Participação na novela Filhos da Pátria, da Rede Globo