1) O ensino de artes era
baseado em um misto de prática e conceito. Hoje, está mais voltado ao conceito.
Como fica a formação do artista apenas com o pensamento crítico?
Não existe conceito sem
forma, pois o conceito precisa se manifestar de algum modo, logo trabalhar a
forma é também uma maneira de pensar o conceito. Não acho possível separar o
conceito da forma ou a forma do conceito. Não vejo como ensinar uma prática que
despreze o exercício da construção e, por conseguinte, do pensamento.
2) Como foi sua entrada
no mundo das artes?
Era uma criança
introspectiva que gostava de desenhar, na época do vestibular eu não sabia o
que escolher, nem sabia que existia um curso de pintura, descobri quando fui
preencher o formulário da UFRJ, foi uma felicidade porque eu estava fazendo o
que realmente gostava e as pessoas eram interessantes, me senti em casa.
3) Quais suas
influências?
Tudo, desde Caverna do
Dragão a Montaigne. Gosto de misturar as referências... acabei de ler Cândido
de Voltaire e é realmente genial! Na pintura eu queria ser o Lucien Freud, a
Sandra Gamarra, Alice Neel, Hope Gangloff, Kate Pugsley, Eduardo Berliner, Cristina
Canale, ah, são tantos!
4) Quando está pintando,
gosta de usar acrílica com pincelada seca ou usa outra técnica?
Gosto de tinta a óleo,
molhada, que é quando a coisa fica divertida.
5) Morei na Bahia um
tempo e percebi que existia um centro de artes bastante interessante. Como está
o cenário local?
Estou morando em
Juazeiro, cheguei aqui em fevereiro para dar aulas na Universidade Federal do
Vale do São Francisco. A cidade aqui é meio desatenta com as questões
culturais, existem alguns centros de artesanato com trabalhos belíssimos e tem
o SESC que produz espetáculos de teatro e dança. As pessoas são talentosas e
musicais, mas precisam de incentivo. Estamos formando artistas educadores,
espero poder contribuir com minha parte.
6) Quais os novos planos?
Formei um grupo de
intervenções urbanas na universidade e quero poder realizar trabalhos em
espaços públicos. Estou preparando novas telas para uma exposição futura. Vou
me casar e vamos abrir uma galeria no ano que vem (risos).
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