1) Uma coisa que me impressionou quando morei em Belo
Horizonte era a qualidade e diversidade dos artistas mineiros. Na sua
opinião, que faz parte dessa leva importante de ilustradores mineiros, o
que se deve essa concentração?
A quantidade e
diversidade dos artistas mineiros, continuo acreditando, é devido a
falta de mar e ao eco produzido por suas montanhas. Os humoristas não
vão a praia fazer graça pras moçoilas e sim aos butecos onde suas
paródias ecoam nas montanhas e engraçam as menininhas, fazendo-as rir de
puro prazer goiabada com queijo.
2) No Diário da Tarde, você publicava quadrinhos infantis. Mas seu
trabalho é muito meticuloso. Quais outros trabalhos de quadrinhos adulto
publicou?
Na verdade os quadrinhos
infantis surgiram em minha vida por necessidade profissional. Comecei no
Gurilândia fazendo hq's com o meu querido mestre Nilson Azevedo, na
Turma do André Carvalho. Depois fiz alguns quadrinhos, se não adulto,
autorais. Publiquei principalmente na revista Grafitte, em deliciosas
edições comandadas por Fabiano Barroso e Piero Bagnariol. No FIQ
enganchei, num truque de mágica, uma HQ no menção honrosa. O prêmio
rendeu o leite por um mês.
3) O mercado de ilustradores editorial reduziu bastante. Quais são as
opções hoje em dia?
O mercado de quadrinho existirá sempre,
mesmo diante da renovação gráfica e do advento da mídia eletrônica.
Aqui em BH, por exemplo, encontra-se a Editora Nemo editada por
Wellington Srbek com belos trabalhos de artistas internacionais e
brasileiros contemporâneos.
4) Fale do projeto Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Wellignton Srbek foi o meu parceiro na
edição de Memórias Póstumas de Brás Cubas, quando fez uma adaptação
primorosa. Foi publicada pela Ediouro.
5) Alguns comparam seu trabalho meticuloso a Durer ou Moebius. Quais
suas influencias?
Se alguém comparar meu
trabalho a Durer ou Moebius por certo estará me gozando. Eles são
geniais e inimitáveis. Gosto muito de risquinhos, como você sabe, e
passava as noites a fio melindrando de traços os meus desenhos. Mas a
semelhança para aí. Me influenciaram o Will Eisner, Borjalo,
Carlos Estêvão, Nilson Azevedo e evidentemente aquele carinha que
"influenciou" o Moebius, Jean Giraud.
6) Quais os novos planos?
Os meus planos futuros
passam por ilustrações de livros infantis e juvenis, artes plásticas de
forma geral e principalmente finalizar o projeto: O Avesso do Soluço,
história em quadrinho que conta a vida de Im Dalem. Aliás, que história!
terça-feira, 24 de setembro de 2013
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