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Queda de braço verde!
Vexame.
A palavra vem do latim VEXAMEN, “abalo, sacudida”, de VEXARE,
“inquietar, atacar, atormentar”. Um vexame é muito mais que uma
vergonha. Não é uma atitude isolada, é aquilo que vexa, afronta e causa
palpitação do coração. Diferente do que alguns etmólogos ligam como
opprobrìum (desonra, vergonha, injúria, afronta), pois quem sofre uma
degradação social, sente grande desonra pública; vexame!
Retrocesso da legislação ambiental. Vitória dos ruralistas e do
poder econômico. Escalada do desmatamento. Dilapidação do patrimônio
natural. Descumprimento de metas de clima e biodiversidade. Vexame na
Rio+20. Flagrante desrespeito à ciência!
Foram quase 10 anos de
disccussão para aprovação do novo código florestal. Evidente que o que
fica na mentalidade do censo comum, vai para a queda de braço entre os
ruralistas e ambientalistas, onde a anistia aos desmatadores e a não
preservação de áreas de preservação ambiental (áreas de PP) são as mais
citadas. É crucial destacar que as duas obrigações centrais de
conservação de vegetação nativa - APPs e RLs - continuam a existir. O
que mudou foi a forma de regularizar propriedades que já estavam vivendo
em não conformidade. Três situações devem ser destacadas de agora em
diante:
1) quem já tem áreas com florestas para APP e RL deverá mantê-las, bem como quem adquirir novas áreas;
2) quem possui passivos terá alternativas para cumprir, e aqui se situa
o enorme desafio da regularização ambiental de quase 90% das fazendas
brasileiras; e
3) quem desmatou depois de julho de 2008 não terá alternativas senão cumprir as regras das APPs e Reserva Legal, sem exceções.
O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio
Ambiente, Roberto Brandão Cavalcanti, disse: "O problema ambiental e da
produção agrícola não está resolvida com as nossa regras". Isso implica,
de um lado, papel do Estado em gerir e monitorar desmatamento, o que é
fundamental, porém ineficaz com os entraves burocráticos e com a força
ruralista, sem força prática. De outro, permitirá separar os produtores
que se regularizaram, e, por isso, terão prestado um serviço ambiental, o
que refuta a tese da anistia, daqueles que ainda estão em débito e
deverão sofrer as penas da lei. A preocupação é com ampliação de terra
para plantação de soja, cana-de-açúcar que depois virá ração e etanol e
assim por diante.
A queda de braço de dez anos, parece ainda
longe de ser resolvido e já está se transformando em luta greco-romana.
Será que os ruralistas vão lotear nossa floresta? Os EUA vão comprar
nossa biodiversidade? tribos dizimadas? Não percam no próximo
Bathorário, nesse Batcanal...
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