Estamos mais uma vez reunidos em razão no Natal. Datas são
como sinais de trânsito, que regulam com organização quando devemos parar e
andar. Alguns obedecem sem boa vontade e especificamente no Natal, o que mais
precisamos é de boa vontade. O que seria do Natal sem o espírito natalino? Na
verdade, deveríamos exerce-lo e esbanja-lo em qualquer data. Religiosos ou que
se dizem religiosos deveriam se rebelar contra as datas. Poderiam ser como
aquelas pessoas, que se auto denominam VIDA LOKA, e fazem Carnaval ano inteiro,
Quaresmas permanentes, mas o espírito que aparece do nada nesta época do ano,
deveria ser todo santo dia (que aliás tem santo para comemorar todos os dias),
tanto com respeito ao motorista do ônibus, quanto aquele irmão necessitado na
rua ou aquele sofredor que não sabe o que fazer, mas pede apenas para ser
ouvido.
A data que é comemorada por grande parte da população
mundial, que seria o nascimento de Jesus, sofreu alteração ao longo dos
séculos, mas o mais importante é a essência de amor ao próximo como pregava o
mestre. Essa lição vai se intensificando ao longo dos dias que se aproximam da
data, fazendo com que mesmo o avarento Scrooge seja amoroso com o seu
semelhante. Por que não somos pessoas melhores o ano inteiro? O que não torna
essa tarefa fácil? A cada século, temos histórias de Natal que complementam o
espectro que embelezam esse espírito. Assim como o Scrooge citado acima, que
foi criada em 1843 por Charles Dickens.
Senão vejamos o outro símbolo do Natal, Nicolaus, o Papai
Noel. O chamado FORTE DOS FORTES, nasceu no século III em Patara, Ásia menor.
Conhecido como São Nicolau de Bari, é santo padroeiro de países como a Rússia e
Grécia. Conhecido pela caridade com as crianças, tornou-se tempos depois como
uma figura ligada ao nascimento do Menino Jesus, mesmo tendo nascido 300 anos depois
de sua morte. Além disso, foi encarcerado pelo império Dioclesiano, por
negar-se a ter fé em Jesus. Muitas lendas no decorrer dos séculos foram
atribuídas ao Taumaturgo, mas dentro sempre de um aspecto de ajuda aos menores
de idade. São João Damasceno foi um dos biógrafos de São Nicolau e com poesia
escreveu: “Nem a areia que se encontra à beira-mar, diz ele, nem a multidão de
vagas, nem as pérolas do orvalho e os flocos de neve, nem o coro dos astros,
nem as gotas da chuva e as correntes dos rios, nem o murmúrio dos das fontes
jamais se igualarão, ó Pai, ao número de teus milagres. Todo o universo tem em
ti um pronto socorro nas aflições, um encorajamento nas tristezas, uma
consolação nas calamidades, um defensor nas tentações, um remédio salutaríssimo
nas enfermidades”.
Diante de um pai que não tinha como salvar suas filhas de um
destino cruel, por falta de condições financeiras, ficou tocado e doou uma
grande quantia de dinheiro embrulhada em um saco, no calar da noite, sem se
identificar. Assim começou a lenda. Por séculos, a imagem desse benfeitor era
por vezes desenhada como um elfo ou uma figura mítica. A imagem que conhecemos
nos dias atuais foi trabalhando ao longo dos anos pelo ilustrador e cartunista Thomas Nast
na edição de 1 de janeiro de 1863 na revista Harper's Weeklys. Nast demorou
para acertar a figura do bom velhinho, que apareceu pela primeira vez em um
cartum criticando a política americana. E muitas de suas características foram
adicionadas ao longo das décadas seguintes, como a entrada pelas chaminés (uma
característica cultural americana nessa época de muita neve, tendo que
constantemente limpá-las) ou sua viagem pelos céus em um trenó de renas
(mostradas pela primeira vez em um livro de Clemente Moore, professor de
literatura grega, que lançou o poema: Uma visita de São Nicolau, em 1822).
Certamente, Robson Crusoé, que ficou perdido em uma ilha,
não era religioso, mas certamente observava as datas religiosamente, sabia que
mesmo não podendo apontar com precisão a data correta do natal, o mais
importante era lembrar desse sentimento de paz e amor, nem que fosse uma vez
por ano.