Em mais momentos de vaza jato, o antes super ministro Sérgio
Moro, passou por momentos em que dizia coisas diferentes a cada momento para
explicar as mensagens de seu celular. Foi colocar a culpa nos hackers, não
lembro de ter falado aquilo, tem edição e até que é ilegal mostrar suas
conversas. Mas ao estilo Zagalo de “vocês vão ter que me engolir”, foi ao
congresso espontaneamente mostrar que estava sereno e que estava tudo normal em
relação ao que estava sendo divulgado. Nada atingiria sua índole. Ainda mais
cercado e blindado por aliados que cegamente o defendiam com mais do mesmo.
Mas a realidade é que está por dentro se sentindo como
Holyfield diante de Mike Tyson, quando este arrancou parte de sua orelha em uma
luta oficial. Dizem que na primeira mordida o Holyfield começou a pular e
espernear não porque seu oponente tirou um pedaço de sua orelha, mas porque fez
cara fia e cuspiu o pedaço fora. E este é o verdadeiro sentimento de Moro neste
momento. Uma pessoa que estava acima de qualquer suspeita para grande parte da
população, mesmo com as grandes evidências mostradas constantemente ao longo do
processo. Neste momento, a opinião pública mudou sua opinião, agora reforçado
com a adesão da Folha de São Paulo.
Moro e Deltan sempre foram a favor da liberdade de imprensa
se deve, até porque se valeu, ao fato de a Lava Jato, usar dos vazamentos de
trechos de delações premiadas e outros materiais confidenciais contidos nos
autos das investigações como ferramenta de pressão contra seus alvos. Juízes já
falaram no passado sobre vazamentos. Cometem crime os funcionários públicos que
vazam informações que deveriam eles mesmos proteger – policiais, procuradores,
juízes... – e não os jornalistas que as publicam. E por sentirem ameaçados
e revoltados em ficaram acima da lei para dar sustento ao golpe, criaram o
grupo no Telegram chamado Liberdade de expressão CF. Mas aquelas pessoas que
detém o poder (juízes, procuradores e ministros) estão sujeitas a críticas e
tem uma esfera de privacidade menor.
Para muitos estava claro diante dos fatos, no olho do
furacão, que Moro era o acusador, Juiz e condenador e que isso não existe
precedentes em qualquer lugar do mundo, fazendo com que a ONU presente ao
julgamento ficasse perplexa com que aconteceu e que logo depois mandasse carta
pedindo a soltura de Lula. Mas, aqui no nosso país, estavam todos exaltando
este mesmo juiz, que no final, ao invés de demonstrar imparcialidade para
opinião pública, foi pega pela vaidade e aceitou ser ministro da extrema
direita. O esquema era um prêmio por em tempo recorde, afirmar acordo com os
americanos, fazer delações fajutas, vazar grampos, fazer condução coercitiva,
prender Lula e julgar sem provas. Tudo com anuência da grande imprensa.
(9 de setembro de 2016)
Deltan - 21h36 - “Falarão que estamos acusando com base em notícia de
jornal e indícios frágeis…então é um item que é bom que esteja bem amarrado. Fora
esse item, até agora tenho receio da ligação entre petrobras e o
enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história do apto… São
pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta da língua”.
O que diz o código do processo penal? Art. 254. O juiz
dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das
partes:
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer
deles;
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
Em tempo, convido todos assistirem ao filme Democracia em
vertigem, disponível no Netflix, da diretora Petra Costa. Recentemente teve no
Canal Brasil. Antes havia o Processo, um documentário de Maria Augusta Ramos, pelo Canal
Brasil.
Termino esse resuminho, com uma frase em Latim: Pimentus in
culus outris refrescus est!