Semana passada, um ex-alto responsável das forças croatas da Bósnia
morreu depois de ter ingerido veneno na sala de audiência ao vivo do Tribunal
Penal Internacional para a ex-Iugoslávia em Haia.
Slobodan
Praljak, rejeitou a condenação e depois ingeriu veneno de um frasco que tirou
do bolso. Não foi a primeira vez que vemos um suicídio ao vivo pela TV, podemos
lembrar de alguns casos como da Christine Chubbuck, que cometeu
suicídio e apresentava um programa diário de televisão na Flórida que tratava
de assuntos da comunidade. Este foi muito chocante na década de 70, pois além
de muito conhecida, convenceu os diretores a fazerem um programa sobre
suicídio. Teria dito antes de atirar em si mesma: “Seguindo a
política do Canal 40 de brindar seus telespectadores com as últimas notícias de
sangue e vísceras a cores, vocês estão prestes a ver outra em primeira mão: uma
tentativa de suicídio”. Outra muito famosa, que está na cabeça de muitas
pessoas nos dias de hoje, foi do acusado de corrupção, Budd Dwyer que cometeu
suicídio com um tiro na boca durante uma entrevista coletiva para uma televisão
da Pensilvânia. O uso de venenos ou armas para suicídios ao vivo são os mais
comuns e mais eficientes, ainda assim chocantes pois mostra uma forma
deliberada de tirar a própria vida de forma rápida e menos dolorosa. Não existe
justificativa, ao meu ver, que uma pessoa atente contra a própria vida, mas as
realidades de dados mostram que 5,7 a cada 100 mil
cometem esse suicídio por ano no Brasil. É muito! As causas são diversas, mas
os números nos mostram um alerta vermelho.
Tivemos
um período, onde A contracultura e a geração Beat, tiveram uma associação
direta com drogas lisérgicas e álcool, promovendo um suicídio lento e doloroso.
Escritores como Ginsberg e Borroughs faziam uso e diziam que suas criatividades
estavam ligadas aos agentes químicos. Há certamente um mal-entendido nisso.
Toda espécie de drogas acompanharam a humanidade ao longo da história, assim
como mamíferos. Na África, numa certa época do ano, Babuínos; Girafas;
Elefantes e Hienas vão atrás de uma fruta que amadurece e cai fermentando.
Nessa fermentação, é liberado uma quantidade de álcool da fruta Marula. Resumo
da ópera: Eles vão para ficar um pouco alterados da consciência. Veja você,
animais. O que houve com os Beats, foi um período de experimentação de
sexualidade e drogas de forma menos recatada e reservada. O fim de um período
de grande repressão na sociedade, coincidiu com a conjunção de um grupo de
intelectuais formidáveis no campo da literatura, acabou por generalizar esse
tipo de cultura. E é aí que incorre o erro. De qualquer forma, o suicídio de
qualquer forma (lenta ou rápida) foi prejudicial com perdas significativas.
Quantas obras a mais poderíamos ter acesso se não houvesse esse excesso? Jack
Kerouac bebeu mais até quando parou de escrever e morreu de hemorragia em
consequência de uma perfuração no estômago.
A
associação de drogas no limite foi mais evidente no período do Rock/hippie,
onde hoje se estigmatizou a fama do músico de rock. Nossos heróis morreram de
overdose. A mesma idéia beatniks foi transladada para o ambiente que mais
levava os jovens que queriam mudanças no mundo, no discurso anti-guerra,
anti-racismo, além de sexo e rock’n roll. Muitos foram aos limites, abreviando
as vidas mais rápido, como os incríveis Jimi Hendrix, Jim Morrison, Janis
Joplin, Brian Jones, Raul Seixas e em outro período, Billie Holiday. Alguns
abreviaram mais rápido como Michael Hutchence que cometeu enforcamento em seu
quarto de hotel. Antropólogos mostram que xamãs usavam alucinógenos para
indução do êxtase e a comunicação com o além, nada além do limite. O perigo
está em pessoas acharem que usando grandes quantidades de drogas irão escrever
como Henri Michaux ou tocar como Hendrix. O perigo está em abreviar um possível
talento de forma inconsequente.
O grande mal do século está resultante da depressão.
Daquele momento em que o fim da vida é o melhor remédio. Pessoas que demonstram
felicidade através do humor, se revelam suicidadas como Robin Williams ou
potenciais como recentemente Jim Carrey, que deu uma entrevista contando seu
drama e pedindo ajuda.
Para esse tema, sempre recorro a ajuda dos
universitários, no caso Kardec, que expõe:
E
do suicídio cujo fim é fugir, aquele que o comete, às misérias e às decepções
deste mundo? “Pobres Espíritos,
que não têm a coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda
aos que sofrem e não aos que carecem de energia e de coragem. As tribulações
da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se
queixar, porque serão recompensados! Ai, porém, daqueles que esperam a
salvação do que, na sua impiedade, chamam acaso, ou fortuna! O acaso, ou a
fortuna, para me servir da linguagem deles, podem, com efeito,
favorecê-los por um momento, mas para lhes fazer sentir mais tarde,
cruelmente, a vacuidade dessas palavras. ”